Pesquisadores da University of Texas Southwestern Medical Center, nos Estados Unidos, localizaram um local minúsculo no cérebro onde o hormônio leptina pode ajudar a desencadear o início da puberdade. Resultados em camundongos indicaram que um lugar dentro do hipotálamo chamado núcleo ventral pré-mamilar ou PMV, é o alvo onde o hormônio leptina dá início à puberdade nas fêmeas.
Os investigadores sabiam que a puberdade começa quando os indivíduos têm energia e gordura suficientes armazenadas para atender as demandas de reprodução, e que a leptina, um hormônio produzido pelas células de gordura, atua no cérebro para mediar este processo, mas a região precisa do cérebro, onde a leptina exerce esse efeito ainda não era conhecida.
"Nós descobrimos que o PMV é um local-chave da ação da leptina sobre a puberdade. Ele pode não ser o único local, considerando a importância da função reprodutiva para a sobrevivência da espécie, mas o papel desempenhado pelos neurônios PMV não era conhecido antes", disse a autora sênior do estudo, Carol Elias. "Nossos resultados mostram que a ação da leptina apenas na PMV é suficiente para induzir a puberdade em ratos fêmeas."
Pesquisas anteriores demonstraram que em camundongos e em humanos com falta de leptina, a puberdade sofre uma parada brusca no nível pré-púberes, e os animais se tornam inférteis. Estudos também têm mostrado que a leptina reintroduzida em pessoas com deficiência de leptina provoca retomada da puberdade. Parcialmente por causa disso, alguns pesquisadores especulam que crianças obesas podem começar a puberdade mais cedo devido aos níveis mais altos de leptina produzidos por seus tecidos de gordura.
"Estamos presenciando uma situação alarmante em que a crescente incidência de obesidade infantil pode estar induzindo um avanço no início da puberdade nas meninas", disse Elias.
No estudo, os pesquisadores queriam determinar onde a leptina desempenha o seu papel. Para fazer isso, eles desenvolveram modelos de camundongos transgênicos no qual os ratos tinham receptores funcionais do hormônio apenas no PMV. Devido à falta de sinalização da leptina no resto do corpo, os ratos eram obesos, mas apresentaram desenvolvimento puberal e conseguiram engravidar.
"Um resultado que nos surpreendeu foi que a leptina que age somente no PMV foi suficiente para induzir a puberdade e melhorar a fertilidade nas fêmeas, mas não nos homens", explicou Elias. "Estamos agora tentando entender o que está acontecendo nos homens e se a leptina age em diferentes locais do cérebro para induzir a puberdade e a fertilidade nos homens."
O próximo passo, segundo os pesquisadores, será determinar o mecanismo molecular por trás dos efeitos da leptina sobre a puberdade e o controle reprodutivo.
Fonte: Isaude.net
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