04/03/11

Inglaterra: Terapia ressucita menina que ficou 25 minutos sem vida

Médicos do Rosie Hospital, na Inglaterra, utilizaram o tratamento de resfriamento neonatal para salvar a vida de uma menina britânica que permaneceu morta durante 25 minutos após nascer.
A placenta da mãe se rompeu durante o parto interrompendo o fornecimento de sangue e oxigênio para o cérebro da criança. A técnica impediu danos cerebrais permanentes no bebê. "Quando eu entrei em trabalho de parto, todos os monitores mostraram que estava tudo bem, ok, então eu senti a necessidade de empurrar. Dois empurrões e Ella nasceu e foi levada para longe, tudo o que eu lembro de ter visto era o sangue saindo do nariz dela", disse a mãe da menina, Raquel Claxton.


"Os 45 minutos seguintes foram os mais longos da minha vida, consultores, médicos, parteiras em todo lugar. Tive um vislumbre de alguém fazendo compressões no meu bebê e bolsas de sangue por todo lado. Depois de 45 minutos me disseram que ela estava viva e apenas mais tarde descobri que ela havia estado morta por 25 minutos."

Depois de ressuscitada, Ella foi levada para a UTI do Rosie Hospital, onde um cobertor térmico baixou a temperatura do seu corpo para 33,5 ºC - a temperatura normal é de 37,5 ºC - a fim de reduzir o dano cerebral.

"Todos somos ensinados a embrulhar um bebê e mantê-lo quente quando ele nasce, mas se o bebê nasce sem muito sinal de vida e está em perigo, agora recomendamos que sejam resfriados em alguns graus. Isso pode realmente ajudar a impedir os danos cerebrais permanentes e graves", afirmou o médico de Ella, Topun Austin.

Os tratamentos de resfriamentos têm como objetivo reduzir o funcionamento do corpo. O efeito da hipotermia é semelhante ao que acontece na hibernação quando funções normais do corpo como respiração, batimentos cardíacos, atividade cerebral e pressão sanguínea podem ser realizadas necessitando menos oxigênio e menos energia.
Setenta e duas horas após ser resfriada, a temperatura corporal da menina foi sendo gradualmente aquecida em 0,5 °C e, dias depois, ele recebeu alta do hospital. 

"Hoje eu acredito que o tratamento de resfriamento salvou a minha filha do dano cerebral grave ou mesmo da morte. Ela está com quase dez meses de idade e está indo muito bem. Ela faz fisioterapia regularmente, pois ela ainda não está engatinhando e os médicos notaram certa fraqueza em seu lado direito", contou Rachel.
"Mas isso não é nada, ela está conosco e isso é um milagre."

Os pais da criança agora estão realizando uma campanha para divulgar a técnica e para angariar fundos para o hospital que salvou sua filha.

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